quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Cristianismo e Dança

        O judaísmo é o berço do cristianismo e este pensamento parece não ser contestados entre os cristãos, ao passo que o próprio Jesus é considerado um personagem judeu. E na cultura hebraica a Dança tinha um traço muito forte, pois simbolizava alegria, euforia, vitória e louvor. Temos algumas passagens como a de Miriã, irmã de Moisés dançando após passar pelo mar vermelho (Ex. 15.20) e o próprio Rei Davi dança em comemoração ao retorno da Arca do Senhor para Jerusalém(II Sm 6. 14-16), os salmistas nos convidam a dançar(Sl 150.4) e até o próprio Jesus condena a apatia dos religiosos de sua época em relação aos momentos da vida: “E dizem: Tocamo-vos flauta, e não dançastes; cantamo-vos lamentações, e não chorastes.” Mateus 11:17 Mas o que aconteceu? Por que a dança fora expulsa do sagrado?
Acho que uma passagem dos evangelhos pode nos ajudar nesta reflexão:
Festejando-se, porém, o dia natalício de Herodes, dançou a filha de Herodias diante dele, e agradou a Herodes. Por isso prometeu, com juramento, dar-lhe tudo o que pedisse; E ela, instruída previamente por sua mãe, disse: Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João o Batista.” Mateus 14:6-8
            Nesta passagem, a dança é usada de uma maneira negativa, para seduzir um líder e o conduzir a um homicídio de um homem de Deus. Devido à influência de outras culturas, dentre as quais destaco a grega, a dança ganhou uma conotação de sensualidade e erotismo, sendo assim a igreja não soube lidar com a situação e como num dito popular, “Jogou junto com a água suja a criança fora.” Hoje em dia, a dança vem retornando aos poucos aos nossos átrios e deram-na até um cor de nome, coreografia, conheço algumas igrejas que colocam na sua ordem litúrgica o seguinte nome, louvor coreografado ou teatro coreografado. Afinal a palavra dança ainda causa arrepio em alguns religiosos.


            Creio, particularmente, que nosso principal problema é o de maturidade, entre o saber discernir entre o bem e o mal ( Hb. 5.14).  Pois até a dança sensual tem sua sacralidade assegurada quando é feita no ambiente certo, na intimidade entre dois amantes casados. E temos que aprender a diferença entre alegria e sensualidade, e aplicar cada dança ao seu tempo oportuno (Eclesiastes. 3). Eu danço, ainda que comedidamente, pois os bancos de nossas salas de reunião não nos favorecem.  Mas "eu tenho um sonho", em que um dia todas as pessoas poderão dançar livremente como expressão de louvor e alegria na presença de Deus. Em minha opinião estamos avançando para este tempo. “Aquele que salta pelos montes” (Cânticos 2.8) está providenciando isso!

sábado, 15 de novembro de 2014

Reflexões de um ex-"afastado"!

Esse é um termo usado pelos cristãos, mas especificamente pelos protestantes. E em geral, são pessoas que algum dia já frequentaram uma instituição religiosa, denominada igreja, e hoje já não frequentam mais. Sendo assim, algumas pessoas lhes julgam afastados de Deus.  Muitos são os que se dizem e os que consideramos afastados. Mas ficam-me sempre algumas perguntas quando reflito sobre o tema. Afastado de quê? Será que esse afastado já chegou realmente perto? O que o afastou? Para não demorar um dia inteiro escrevendo, e não tornar esse texto cansativo, ficaremos somente nestas três perguntas.
Em minha humilde opinião ninguém consegue se afastar de Deus, pois toda terra está cheia de Sua presença Gloriosa, e até no mundo dos que descansam, os mortos, Ele foi encontrado. O salmista deixa isso bem claro no salmo 139. Conseguimos sim, não notar Sua presença, ou sermos indiferentes a Ela, mas se afastar é uma tarefa impossível quando se fala no Deus onipresente (presente em todo lugar). Quando nos relacionamos com Deus percebemos que antes de imaginar a existência d’Ele, ele já nos amava e cuidava de nós, o próprio salmo, citado acima, fala que Deus viu nosso corpo ainda informe no ventre de nossa mãe. E o apóstolo Paulo fala que ninguém pode nos separar desse amor que está em Cristo Jesus (Romanos 8. 37-39). Quando vamos para as escrituras elas nos deixam claro que o termo é um pouco equivocado, pelo menos na maioria das interpretações.
Agora quando falamos em relação à igreja, pode-se ter algum fundo de verdade. Mas mesmo assim é um pouco complicado, pois a igreja criada por Cristo é bem maior do que pensamos, e é possível que haja pessoas com relacionamento quebrado com Deus, prefiro este termo de “relacionamento quebrado” à “afastado”, dentro de nosso rol de membros, documento que contém os nomes dos que fazem parte da igreja. Deus está sempre perto e disposto a nos amar, o que nos resta é nos abrirmos para um relacionamento com Ele. Se isto não ocorrer o relacionamento permanece quebrado ou se torna inexistente, o que geralmente denominam alguns de “afastados”.
Para mim não é possível a existência de pessoas “afastadas” no que se refere a Deus. No que se refere à igreja existem muitos casos, oriundos até de um fraco ou inexistente discipulado, e outros, mais raros, como consequência de uma decisão pessoal de pessoas geralmente feridas.

                Aos irmãos digo: Deus é tão, tão bom, que através da obra de Cristo o seu amor nos constrange (2 Coríntios 5.14)e Ele trabalha em nós, por nós e através de nós! Ele está mais perto do que nunca! Ele está dentro de nós!!!

                Aos amados afastados digo: Não desista da igreja, ore, leia Bíblia e procure uma comunidade que se aproxime o máximo do que Cristo viveu. Não desista da igreja, pois Jesus não desistiu dela, na verdade ele deu a vida d’Ele pela igreja! Deus está perto de você queira ou não! Ele te ama e quer manifestar seu amor em sua vida, não só através da igreja, mas também através da igreja!